quarta-feira, 19 de junho de 2013

Situação de Aprendizagem - Texto Pausa de Moacyr Scliar

     Disciplina: Língua Portuguesa
Série: 7ª série/ 8º ano            
Quantidade de aulas: 12 aulas
Professora: Maristela Toffanello da Silva


Objetivo: Levar o aluno a reconhecer as características do gênero (conto) na tipologia narrativa. Explorar, desenvolver e ampliar as capacidades de leitura.

Conteúdos: Elementos da narrativa; vocabulários e expressões; descrições de lugares, física e psicológica; discurso direto; características do gênero.

Competência e habilidades: Reconhecer os elementos da narrativa; Identificar a finalidade de um texto; Inferir informação pressuposta ou subentendida em um texto; Identificar características do gênero e ou tipo de texto; realizar inferências e levantar hipóteses.


Estratégias: 

1- Ativação do conhecimento de mundo
Você sabe o que é conto? Qual o significado da palavra Pausa?
O conto é uma obra de ficção que cria um universo de seres e acontecimentos, de fantasia ou imaginação. Como todos os textos de ficção, o conto apresenta um narrador, personagens, ponto de vista e enredo.
Pausa.  Interrupção temporária. Parar. Silêncio.
O que você imagina que a pessoa faz na sua pausa?




2 – Localizar e comparação de informações
Como você imagina esses personagens? Descreva fisicamente os personagens?
Qual a sua expectativa sobre o enredo dessa história?

3 – Produções de inferências locais e globais
Através de análise das músicas, comentar as diferenças entre rotina, paciência e pausa. 
Música de Chico Buarque de Holanda -
Cotidiano

Música de Lenine
Do It

Música de Lenine
Paciência



4 – Recuperação do contexto de produção, definição de finalidades e metas.
Quem escreveu o conto?  Onde foi divulgada?
Para quem foi escrito? Qual a intenção?
Como é o relacionamento entre as personagens?
Qual será o leitor desse Texto?


5 – Percepção das relações de intertextualidades.

Propagandas




Filme “Um homem de família”    



Resenha do filme:

Refletimos sobre nossas escolhas. O mundo o qual estamos envoltos. É diverso. Bom seria se pudéssemos refazer nossa vida. Quantas vezes nos arrependemos de ações que tomamos e desejamos voltar atrás para começar do zero. Infelizmente essa oportunidade não nos é ofertada na vida real. Sim, começamos sempre outra vez, mas nunca do zero, pois os traços do passado não podem mais ser apagados de nossa percorrida. Assim, depois de observar a possibilidade de o personagem refazer sua vida e a impossibilidade de permanecer naquela vida, através do invento fictício. Cabe-nos sair da trama irreal e observar o que estamos fazendo na realidade de nossa vida. (Valdon Nez).


6 – Percepções de outras linguagens

1. As personagens expressam os mesmos sentimentos e atitudes em relação à rotina.
2. Como se comportam as mulheres.
3. O que o filme tem em comum com o conto.
4. Como as personagens de ambos os gêneros fogem da realidade.

Recursos: Livro didático, textos diversos, ilustrações, rádio, Internet, Tv, dicionário.

Avaliação: Avaliar os alunos numa avaliação processual (registro de participações dos alunos).


»Referência Bibliográficas:

Conto Pausa de Moacyr Scliar
Filme "Um Homem de Família" 
Músicas: Cotidiano de Chico Buarque de Holanda; Do It e Paciência de Lenine
Imagens Diversas
Dolz,Joaquim; Schneuwly, Bernard. Gêneros orais e escritos na escola. Trad. Roxane Rojo e Glaís Sales Cordeiro. Campinas, SP: Mercado das Letras. 2004.
Resenha de Valdon Nez

quinta-feira, 6 de junho de 2013

DIA DOS NAMORADOS


         -E eu ainda comprei um presente! Um presente para ele! 

         - Daniela, falou comigo?  

         Não, Daniela não estava falando com a mãe, ou com alguém. Falava consigo mesma, tão irritada, tão nervosa. Por dois dias, não conseguira tirar o assunto da cabeça. E em todas as vezes, ou se xingava, ou... terminava chorando, lágrimas que ela arrancava com raiva dos olhos, nada de  choro. Nada! Melhor ficar com raiva, de si mesma ou do namorado, daquele safado do Wagner.      

         Se Daniela pensasse mais, em vez de explodir nas emoções, talvez descobrisse que nada era tão terrível ou tão definitivo.

         Apenas uma discussão, dois dias antes. Motivos? Excesso de confiança em si mesma, e muito pouca confiança no namorado. É que Daniela já havia comprado o presente do Dia dos Namorados. Já havia planejado um passeio romântico, um extraordinário fim de semana. E Wagner ia...viajar!

        - Mas isso não vai ficar assim. Não vai, não vai. Eu vou...  

        - Daniela, falando sozinha? O que aconteceu, menina?  

        - Nada, mãe. Nada... 

        Melhor, tudo. Daniela tivera uma ideia, e suas ideias precisavam tomar impulso, virar ação. Pegou depressa o presente, no seu quarto. Papel caprichado, fita vermelha em volta da pequena caixa: uma caneta-relógio digital. Mal disse à mãe que ia sair. E saiu...

        Wagner morava perto. Já devia ter voltado do serviço; ele ajudava o pai todas as manhãs, mas era hora do almoço. Comprar presente do Dia dos Namorados, e antecipado! Daniela nem ia ter namorado nesse dia...  Novas lágrimas ameaçaram cair dos seus olhos. Com a mesma mão com que segurava o embrulho, limpou a água dos olhos. Chorar, não. Ficar com raiva, muita raiva! 

          O sobrado elegante onde ele morava. Bastava tocar a campainha. E nesse momento Daniela se descobriu com menos coragem do que supunha. E se fosse dona Lia a atender, a mãe dele? Ia dizer o quê? “Chame o canalha do seu filho”? Ou o pai... mal conhecia seu Jorge, coisa chata. Os segundos corriam, o presente ficando pesado nos seus dedos. Uma questão de honra. Entregava o presente, falava que... o que ia falar? “Toma que é teu”? Ingrato, me abandona assim, mas eu – EU! – te comprei  um presente e está aqui.   

            A janela do andar de cima se abriu, de repente. Não dava tempo nem de fugir, nem de se esconder. 

           - Daniela! O que você está fazendo aqui? 

           - Eu queria... queria falar com você. 

           E logo diante dela estava Wagner, lindo no short sem camisa, como se o frio não tivesse efeito sobre seu corpo bonito.   

           - Entra logo. Parece que vai chover. 

           - Não, eu não quero entrar. 

           - Bom, então o que você quer? 

         Coragem? 

           - Tome. Eu trouxe para ... você.

           - Para mim? O que é isso?   

           - Eu já... já havia comprado. – Malditos olhos, que ameaçavam fazer o contrário do que a gente pretende, assim coçando, no quase-choro. – É do dia. Do Dia dos Namorados.  

           Ele pegou o pacote, cara de quem nem está entendendo, virou-o entre os dedos, olhou fixamente para ela.   

           - Dani, mas o que está acontecendo? Ainda é segunda-feira. Dia dos Namorados é na quinta! Você pode me dizer... 

          Vergonha, choro, sensação de ridículo fizeram que Daniela saísse correndo. Surpresa, decisão, amor fizeram com que Wagner saísse correndo atrás dela. Se alguém visse os dois, não ia entender nada: uma garota de seus dezesseis anos ia na frente, chorando. E um rapaz de short, naquele frio, ia atrás.  

          Se alcançaram na esquina. 

          - Me larga! Você vai viajar, você não gosta de mim, você... 

          - Quer deixar de ser boba e ciumenta, Dani?  Dani, olha pra mim! 

          - Não olho! Me solta, me solta!

          Wagner teve de ser decidido. Segurou nos braços dela firme. Depois  ergueu o seu rosto, os dois quase abraçados (ou brigando?) no meio da rua.  Olhos vermelhos e úmidos de Daniela, cinzentos e firmes de Wagner.

          - Viajar fim de semana não significa abandonar ninguém, Dani. Preciso ir porque meus pais vão. Só isso. Não tem nenhuma “outra” nessa história. É só uma visita a meus tios. Só isso – ele repetiu. Daniela relaxou um pouco o corpo, mas Wagner ainda precisava segurar seu rosto, de tanta vergonha, ela sozinha não teria coragem de encará-lo. –E  quem falou que eu também não comprei um presente antecipado?  

          - Pra mim? – limpou as lágrimas. Wagner a soltou. 

          - Não...para o papa. No  Dia dos Namorados, eu costumo comprar  presente para o papa, sabia? 

          - Não goza de mim... 

          Os dois riram. A chuva que estava ameaçando cair há horas, começou. Fria, miudinha.   

          - Você vai ficar resfriado! Saiu assim, sem camisa... 

          - Pra ir atrás de você, eu saía até na neve, se caísse neve no Brasil. Pra te dizer, sua tonta... que eu te amo.   

          Ninguém que visse os dois iria entender coisa alguma: frio e chuva, e um  rapaz de short beijava, esquecido do mundo, uma moça de olhos vermelhos. Um pacote de presente – uma caixinha – caído no chão da calçada, no meio dos dois, papel se dissolvendo debaixo da chuva  

          Mas não era mesmo o presente do Dia dos Namorados? 

                                                  Márcia Kupstas. Eu te gosto; você me gosta.   9. ed. São Paulo. Atual, 1988. p. 9-11

 

   

 

quarta-feira, 5 de junho de 2013

LEMBRANÇAS

Ler para mim sempre foi um grande prazer e acredito que o poder da leitura seja o grande legado da humanidade.
  Minhas primeiras experiências de leitura aconteceram no sítio e isso parece que justifica meu amor pelo Sítio do Pica-Pau Amarelo.
Hoje, ainda, passo horas com meu sobrinho neto de cinco anos lendo e apreciando as aventuras de Pedrinho e outros personagens inesquecíveis.
Devo dizer que minha irmã teve uma influência muito grande no meu processo de aquisição da leitura.  Com ela aprendi a amar os contos, as poesias o teatro.  Ela sempre leu histórias para mim. Aprendi a ler num ambiente bem simples, meio rural, portanto, bucólico e inspirador.

Edith Sabino da Silva Gonçalves.

Memórias



Ler e ouvir todos estes relatos de experiência com a leitura me fez recordar de quando comecei a ler. Não consigo precisar exatamente quando foi, mas tenho muitas lembranças.
Sempre frequentei  a Escola Bíblica Dominical, desde muito pequena, e as professoras contavam aquelas histórias que me deixavam encantadas e ao mesmo tempo curiosa para ler também.
Em casa meu pai sempre foi assinante de jornais e revistas, engraçado, me lembrei de uma foto em que estou “lendo” uma revista que estava com a capa de cabeça para baixo, deveria ter uns quatro anos ou menos, não sei. Meu pai também contava muitas histórias antes de dormirmos, então este mundo fantástico da leitura sempre fez parte da minha vida.
Depois, quando começamos a ler, eu e meus irmãos, minha mãe, que estava sempre lendo também, começou a trazer da biblioteca pública os livros da coleção Vagalume para lermos. Uma história melhor que a outra, li todos os livros da coleção, inclusive tenho alguns, que foram pedidos pela escola e outros que gostei tanto que acabei comprando mais tarde. Além destes livros ela trazia outros também, li muitos livros, muitos mesmo. 
Depois fiz a minha própria carteirinha e então ia à biblioteca e escolhia os livros para ler…

Ainda amo ler, estou sempre lendo e lerei sempre. 


Carolina Souza da Silva

terça-feira, 4 de junho de 2013

MEMÓRIAS DE LEITURAS



      Na minha infância não tive muitos livros, pois sou de família humilde e não tínhamos condições para comprá-los. Meu primeiro contato com os livros foi na escola, logo na primeira série minha professora Dona Isabel, nos contava histórias que me encantava.
Mas a partir da quinta e sexta série que iniciei minha jornada com os livros, meu professor de Português nos obrigava a ler livros no qual ele cobrava a leitura através de chamada oral que obtínhamos a nota de uma das avaliações. Eu ficava com certo receio dele, pois o achava muito bravo, mas me encantava a leitura dos livros, muitos deles não os comprei e sim peguei emprestado na biblioteca municipal. Mas me recordo até hoje de algumas histórias como "O escaravelho do Diabo", "A luneta mágica", "Olhais os Lírios do Campo", "Iracema", "O Guarani" e muitos outros.

Acredito que foi de grande valia esta experiência, pois a leitura nos abre um horizonte que é totalmente desconhecido, e que após a leitura você quer desbravar outros horizontes.
Gosto muito da frase de Fernando Pessoa:

   "Descobri que a leitura é uma fonte servil de sonhar. Se tenho de sonhar, porque não sonhar os meus próprios sonhos?" 

 É assim que me sinto hoje, quero que os meus alunos sonhe os seus próprios sonhos.

Maristela Toffanello da Silva




LEMBRANÇAS

                                                      

   
Nasci e vivi em uma fazenda onde fiz o primário (até a 4º série). Em casa não tive incentivo para ler, pois meus pais eram pessoas simples e incultas.
Na 5º série, já morando aqui, li o primeiro livro que a professora exigiu para fazer prova (O menino do dedo verde – não lembro o autor) e adorei. Isso despertou o meu gosto pela leitura. Li também O escaravelho do diabo e muitos outros.
          Ler é meu passatempo preferido, existem livros que eu sinto pena por já ter lido, de tão lindos, gostaria de ter o prazer de lê-los pela primeira vez, reler não é o mesmo prazer. 
   

      A leitura amplia nossos horizontes, aumenta nossa esfera de atuação e leva-nos para lugares aonde nenhum avião pode chegar, através da imaginação, nas asas do pensamento.

                                                               

                              Aparecida Rodrigues de Barros